O LIVRO DO MÊS DE JANEIRO: "FERNÃO CAPELO GAIVOTA"

O livro que eu sugiro é um “must have” em qualquer biblioteca, uma vez que o considero muito importante pelas lições de vida que contém. O seu autor é Richard Bach e intitula-se “Fernão Capelo Gaivota”.
Este simples livro apresenta-nos a história de uma gaivota diferente, de seu nome Fernão Capelo Gaivota, para a qual o mais importante na vida não era comer, mas sim voar. Vencendo os limites que a sua própria natureza lhe impunha, voava cada vez mais alto e mais alto. Com as suas experiências descobriu que “podemos sair da ignorância, podemos ser criaturas perfeitas, inteligentes e hábeis.”
Ousar ser diferente e assumi-lo perante todos, constitui uma das mensagens que este livro nos transmite. Quantas vezes ao longo da nossa vida hesitamos, vacilamos perante aquilo que sentimos, só porque é diferente do que nos é “imposto” pela “mainstream”, isto é, a corrente dominante, aquilo que a maioria pensa, diz e faz como absolutamente certo, excluindo outras formas (diferentes) de pensar. Querer mais, ultrapassar os nossos próprios limites, assumirmo-nos como somos é um desafio que exige coragem e por vezes, muito sofrimento.
Fernão Capelo Gaivota, o herói do livro, por ser diferente, por querer voar mais alto, foi votado ao isolamento, foi castigado pelo Bando. O Bando na vida é a corrente dominante, que nos diz como fazer, agir e até pensar! Pois … só que os pensamentos são livres! Ninguém tem o direito de nos impedir de chegar mais além, “…vê mais longe a gaivota que voa mais alto.”
Recordo-me que quando frequentava a Escola Primária e após cada ida ao circo, a minha querida professora pedia-nos que elaborássemos uma “redacção” sobre o que tínhamos assistido. Redacção após redacção, a pergunta era sempre a mesma: “Como é que podes dizer que não gostas de palhaços?! Toda a gente gosta!” Porém, era isso mesmo que eu sentia e recusava-me a escrever o que todos diziam, só porque era a opinião dominante e com a qual eu não concordava. Como se já não bastasse o momento perturbador da pergunta, os meus colegas ainda me olhavam como se eu fosse de Marte, tal qual como alguns anos mais tarde, quando dizia que para me divertir não era preciso beber. Diferente? Sim. Qual é o problema?
Fernão sofreu com a incompreensão do seu Bando, com o isolamento, ele que só queria partilhar as suas descobertas, para que todos pudessem deixar de depender dos barcos de pesca e finalmente, conseguissem viver melhor. Mais uma vez se impõe a reflexão, quem é diferente é, vezes sem conta, incompreendido, afastado, injustiçado, constituindo outra das importantes mensagens do livro.
Vós, queridos alunos, deveis combater essa maneira de pensar, podemos aprender tanto com quem tem vivências diferentes das nossas! Podemo-nos enriquecer, tal como Fernão, o nosso objectivo deve ser atingir a perfeição, tudo o que fazemos deverá ser feito com dedicação e amor, até as mais simples tarefas do quotidiano. Não incluir no nosso grupo de amigos alguém, só porque se veste de outra forma, só porque tem uma perspectiva diferente de ver o Mundo, é limitarmo-nos, é não queremos alargar os nossos horizontes e é ser tremendamente injusto.

Este livro possui mensagens tão belas! Através dele viajamos na teia das relações humanas, tão simples e tão complexas, que vamos estabelecendo ao longo da nossa vida. Não me lembro bem quando o li pela primeira vez, só sei que o releio sempre que preciso de alento para continuar … e constitui sempre um prazer renovado, pelo que me ensinou. Ensinou-me a defender aquilo em que acreditava e sei também que para além de mim, haverá mais pessoas que não gostam de palhaços! Fernão Capelo Gaivota também descobriu que existiam outras gaivotas como ele, que afinal não estava sozinho.
“Ultrapassado o espaço, tudo o que nos resta é Aqui. Ultrapassado o tempo, tudo o que nos resta é Agora.” Por isso, estudem, apliquem-se, vivam, sejam fiéis a vós próprios, aos vossos pensamentos e valores e sejam muito felizes!
E, já agora … leiam o livro!
A Professora 
Berta Rosa

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