IV Jornadas de Filosofia: "Pedagogia para a Inclusão"

No âmbito das IV Jornadas de Filosofia, realizou-se hoje na Escola uma palestra subordinada ao tema “ A Pedagogia para a inclusão”, palestra essa realizada pelo Professor Doutor António Vinhal, do Instituto Piaget, dinamizada pelo Grupo de Filosofia e destinada aos alunos do 10º, 11º e 12º anos.
Tratou-se de um evento muito interessante, o orador começou por referir a importância da orientação vocacional e a integração na vida profissional .
A Escola é um espaço de realização e deve dar resposta a todos os alunos que a procuram. O projecto de orientação vocacional é um instrumento privilegiado para diminuir o abandono e o insucesso escolar. Salientou ainda o orador, que é imprescindível promover de certa forma a alteração das pedagogias outrora utilizadas, fomentando  a reflexão entre os docentes, indo de encontro às dificuldades dos alunos. Tradicionalmente a pedagogia centrava-se nos conteúdos, hoje em dia o importante não são os conteúdos, mas sim os alunos, capazes de aceitar os desafios e as responsabilidades que a vida lhes impõe. Toda a didáctica deve partir de um diagnóstico funcional do aluno, analisando os problemas psicológicos , sociais e económicos que podem estar subjacentes em cada caso. Na escola a diversidade é muito grande e cada discente é um caso único que merece toda atenção do professor. Porém o aluno tem que aproveitar todo o manancial de recursos que a Escola lhe pode oferecer.
Parafraseando este insigne orador,” A heterogeneidade das classes é maior do que sempre foi e tendencialmente aumentará no futuro”. Nesse sentido, referiu a importância da integração de qualidade do ponto de vista relacional, cognitivo e psicológico. A base cognitiva tem de ser entendida como um instrumento para a resolução de problemas, para que posteriormente sejam tomadas decisões acertadas e coerentes com cada projecto de vida.. Salientou ainda o valor da auto-estima e auto-eficácia. Sendo sempre necessário reflectir sobre as escolhas vocacionais, estas decisões não devem ser tomadas de forma aleatória.
Em seguida, houve um debate, onde os jovens demonstraram as suas preocupações no que concerne às escolhas profissionais , perspectivas de emprego, integração no mercado de trabalho e os desafios que eventualmente podem surgir. Por vezes constata-se que esta questão da orientação profissional é tratada com uma certa ligeireza , sem objectivos previamente definidos. Ora tal não deve suceder, os jovens devem reflectir sobre as suas escolhas e manifestarem a sua capacidade de iniciativa e espírito de inovação.
Iniciativas como esta são profícuas, dado o interesse demonstrado pelos presentes, devido à pertinência da problemática abordada, em consonância com o escalão etário dos alunos , num momento em que é relevante ponderar sobre as opções que devem fazer. Não devemos esquecer também o que o orador conseguiu cativar todos, com a sua palestra, estabelecendo um clima de empatia e diálogo que nos levam a uma maior reflexão e consequente procura do saber.

 Prof. Arminda Lemos

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