MAIS UM CONTO...
A HORA DO CONTO
No dia 22 de Janeiro a BEgas recebeu os utentes do C.A.O. (Centro de Actividades Ocupacionais para pessoas com deficiência) de Resende. Visitaram a Feira do Livro e encantaram-se com as cores e o formato dos livros. Depois foram para o espaço destinado à Hora do Conto e ouviram com ansiedade e alegria espontânea cada história que era contada e animada pelos alunos do 11ºB e 12ºB do Curso Profissional de Turismo acompanhados pela professora Carla Pimentel. Os contos apresentados foram: "O Ratão Pelado" e "Os Dez Anõezinhos da Tia Verde-Água". Criou-se um momento muito divertido e de convívio entre os nossos alunos e os utentes do C.A.O. e, mais uma vez a Biblioteca mostrou ser um espaço de troca de conhecimentos e acolhimento de todas as pessoas independentemente das suas diferenças.
FEIRA DO LIVRO
O LIVRO DO MÊS DE JANEIRO: "FERNÃO CAPELO GAIVOTA"
Este simples livro apresenta-nos a história de uma gaivota diferente, de seu nome Fernão Capelo Gaivota, para a qual o mais importante na vida não era comer, mas sim voar. Vencendo os limites que a sua própria natureza lhe impunha, voava cada vez mais alto e mais alto. Com as suas experiências descobriu que “podemos sair da ignorância, podemos ser criaturas perfeitas, inteligentes e hábeis.”
Ousar ser diferente e assumi-lo perante todos, constitui uma das mensagens que este livro nos transmite. Quantas vezes ao longo da nossa vida hesitamos, vacilamos perante aquilo que sentimos, só porque é diferente do que nos é “imposto” pela “mainstream”, isto é, a corrente dominante, aquilo que a maioria pensa, diz e faz como absolutamente certo, excluindo outras formas (diferentes) de pensar. Querer mais, ultrapassar os nossos próprios limites, assumirmo-nos como somos é um desafio que exige coragem e por vezes, muito sofrimento.
Fernão Capelo Gaivota, o herói do livro, por ser diferente, por querer voar mais alto, foi votado ao isolamento, foi castigado pelo Bando. O Bando na vida é a corrente dominante, que nos diz como fazer, agir e até pensar! Pois … só que os pensamentos são livres! Ninguém tem o direito de nos impedir de chegar mais além, “…vê mais longe a gaivota que voa mais alto.”
Recordo-me que quando frequentava a Escola Primária e após cada ida ao circo, a minha querida professora pedia-nos que elaborássemos uma “redacção” sobre o que tínhamos assistido. Redacção após redacção, a pergunta era sempre a mesma: “Como é que podes dizer que não gostas de palhaços?! Toda a gente gosta!” Porém, era isso mesmo que eu sentia e recusava-me a escrever o que todos diziam, só porque era a opinião dominante e com a qual eu não concordava. Como se já não bastasse o momento perturbador da pergunta, os meus colegas ainda me olhavam como se eu fosse de Marte, tal qual como alguns anos mais tarde, quando dizia que para me divertir não era preciso beber. Diferente? Sim. Qual é o problema?
Fernão sofreu com a incompreensão do seu Bando, com o isolamento, ele que só queria partilhar as suas descobertas, para que todos pudessem deixar de depender dos barcos de pesca e finalmente, conseguissem viver melhor. Mais uma vez se impõe a reflexão, quem é diferente é, vezes sem conta, incompreendido, afastado, injustiçado, constituindo outra das importantes mensagens do livro.
Vós, queridos alunos, deveis combater essa maneira de pensar, podemos aprender tanto com quem tem vivências diferentes das nossas! Podemo-nos enriquecer, tal como Fernão, o nosso objectivo deve ser atingir a perfeição, tudo o que fazemos deverá ser feito com dedicação e amor, até as mais simples tarefas do quotidiano. Não incluir no nosso grupo de amigos alguém, só porque se veste de outra forma, só porque tem uma perspectiva diferente de ver o Mundo, é limitarmo-nos, é não queremos alargar os nossos horizontes e é ser tremendamente injusto.
Este livro possui mensagens tão belas! Através dele viajamos na teia das relações humanas, tão simples e tão complexas, que vamos estabelecendo ao longo da nossa vida. Não me lembro bem quando o li pela primeira vez, só sei que o releio sempre que preciso de alento para continuar … e constitui sempre um prazer renovado, pelo que me ensinou. Ensinou-me a defender aquilo em que acreditava e sei também que para além de mim, haverá mais pessoas que não gostam de palhaços! Fernão Capelo Gaivota também descobriu que existiam outras gaivotas como ele, que afinal não estava sozinho.
“Ultrapassado o espaço, tudo o que nos resta é Aqui. Ultrapassado o tempo, tudo o que nos resta é Agora.” Por isso, estudem, apliquem-se, vivam, sejam fiéis a vós próprios, aos vossos pensamentos e valores e sejam muito felizes!
O LIVRO DO MÊS DE DEZEMBRO: "O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA"
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa é o primeiro e mais conhecido livro dos sete volumes que compõem As Crónicas de Nárnia, escritos entre 1950 e 1956 por C. S. Lewis (1898-1963), autor e escritor britânico que escreveu inúmeros livros para adultos, mas cujo nome se imortalizou com As Crónicas de Nárnia, um dos maiores clássicos juvenis.
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (The Lion, the Witch and the Wardrobe) é um romance fantasioso que nos conta a história de quatro irmãos: Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, durante a Segunda Guerra Mundial e a aventura que vão viver ao serem obrigados a sair de Londres e a hospedarem-se na casa do professor Digory Kirke.
Enquanto exploravam a mansão do professor solteirão, Lúcia, a mais nova, a curiosa, descobre um guarda-roupa que é uma entrada para o mundo místico de Nárnia, uma terra escravizada por uma terrível feiticeira, a Bruxa branca.
Lúcia tem dificuldades em convencer os irmãos da existência de Nárnia, mas também eles acabam por entrar nesse mundo e com a ajuda do leão Aslam derrotam a Feiticeira Branca que submeteu Nárnia a um longo Inverno, durante 100 anos.
Os quatro irmãos tornam-se depois reis e rainhas desse mundo, sendo Pedro coroado Grande Rei de Nárnia. O reinado deles, que durou vários anos, acaba quando, numa caçada, encontraram o caminho de volta para o nosso mundo.
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é uma história divertida e emocionante que nos transmite uma mensagem sobre a família, a confiança, a fé e a tradicional luta do bem contra o mal.
Não te esqueças!
Ler um livro é … encontrar um amigo.
DIA INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA
A actividade celebrou-se através de uma exposição no Polivalente e da realização da música da tolerância. A letra foi escrita pelo aluno Manuel Veloso e a música pelo professor Marcos Alvim.
A música da tolerância foi ouvida e cantada no espaço de leitura informal da Biblioteca Escolar.
Cantaram a música os alunos do 11ºB e do 9ºD acompanhados à viola pelo professor Marcos.
Outros professores e alunos acabaram por se juntar aos intervenientes e cantaram a música da tolerância.
Criou-se um momento muito divertido e alegre.
Ser tolerante é ser amigo,
Ser amigo de alguém!
Ao pobre dar abrigo
E alegria também! (bis)
Vem comigo, amigo,
Estranho caminhante!
Aqui terás abrigo,
Na vida tu és navegante!
Ser tolerante é ser amigo,
Ser amigo de alguém!
Ao pobre dar abrigo
E alegria também! (bis)
A vida tem outro encanto,
Vem e faz comunhão!
Grita connosco este canto
Vem, tolera, meu irmão!
Ser tolerante é ser amigo,
Ser amigo de alguém!
Ao pobre dar abrigo
E alegria também! (bis)
ALUNOS ASSALTARAM A BIBLIOTECA
A BEgas
“O Futuro pertence àqueles que sabem como aprender”
John Abbott
A biblioteca deve ser o espaço da escola onde o saber está acessível, de forma gratuita e agradável. Se a escola tem como finalidade a promoção do ensino-aprendizagem, o sucesso educativo e a capacidade de aprender ao longo da vida, é função da Biblioteca Escolar servir estes mesmos objectivos apoiando o currículo e as diversas literacias, sejam elas da leitura ou da informação.
A Biblioteca é, deste modo, o pulmão da Escola. O seu coração são os alunos e professores, que necessitam de oxigénio, dado pelas actividades, propostas, reflexão, momentos lúdicos que proporcionam e despertam aprendizagens atractivas, acolhedoras e acessíveis a todos sem medos e preconceitos.
A nossa Biblioteca sofreu alterações profundas no seu espaço. Com a entrada na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, de fria, escura, distante, limitadora passou a ser um cantinho quente, próximo, amigo, abrangente, ternurento. É certo que ainda falta a alma da Biblioteca, o seu fundo documental actualizado e renovado. Sem livros, ou outros documentos digitais e não livro, a Biblioteca não exerce a sua mais intima missão. Mas será por pouco tempo.Aí sim!...Poderemos passar os livros de mão em mão, deixar que a nossa mente sonhe, que o nosso espírito cresça, conhecer diferentes mundos, permitir que o lápis deslize na folha criando novos saberes e inventar o futuro.
A BEgas, nome que carinhosamente colocamos à nossa Biblioteca, ousadamente cresce, porque existe o aluno, o professor, o funcionário, o encarregado de educação e o amigo que olha para aquele espaço como o seu, e deseja que ele se torne intimo, grande, útil, colaborativo, uma ferramenta indispensável na aprendizagem e na formação de homens e mulheres, leitores comprometidos com o mundo e a sociedade que nos envolve.
A BEgas espera por ti... vem visitar-nos, traz um amigo e uma proposta também...
José Fernando
Coordenador da BE